Serei...


 
Serei eu alguém?
Vida com alma,
No canteiro de alguém.
 
Não sou gente,
Não sou ninguém.
Serei flor?
Erva daninha,
Trepadeira,
Pau de marmeleiro,
Toupeira,
Fruto da imaginação,
Paixão.
Serei amor?
Não sei,
Já hoje sou vida com alma,
Amanhã,
Sei, serei também…
 

Palavras sem nós…



Em desnorte,
Enquanto não chegas,
Nos labirintos da noite.
Grito,
Oiço, os ecos de mim.
Sem voz,
Palavras sem nós,
São gritos,
Que entoam de mim,
Por sussurros.
 
Leva-os a brisa,
Pediu-me os sonhos.
Moeda de troca,
Por ti, minha vida,
Meu desejo sem norte…
 

Lascas d'A Cabana…


No varandim da noite,
Pelo fio das ruelas,
Em caminhadas loucas,
Quis o destino,
Era A Cabana a chamar.
 
Seria fome?
Em boa companhia jantar?
Ou os segredos d’A Cabana,
A melodia para o paladar.
 
Mastigar as palavras,
Cuidadosamente preparadas,
Refinadas doses de humor,
Servidas em pratos quentes.
 
Brandos momentos,
Não sei, porque se foram,
Ficarão,
Retidos em memórias,
Os sorrisos,
Que aqueceram a noite fria,
Doces fios de mel…


Á equipa/familia do Restaurante A Cabana-Apúlia
Muito obrigado pela simpatia e boa disposição.
Até Breve


 

Palavras sem voz…



Não sei,
Escrever diferente,
Sou gente,
Falo por nós,
Gente que sente,
Coração quente,
De palavras,
Sem voz…
 
São palavras,
Inexplicáveis,
Tão pouco palpáveis,
Maleáveis,
Só sentidas por nós…
 
Saberás?
Escrever diferente,
Sentir as palavras,
Sem voz,
No suspiro,
Que agora mé dás...
 
 

Silêncio de nós…


Sem voz,
O silêncio de nós,
Na rouquidão das palavras,
Gestos.
Serás tu estrela cadente,
Eclipse lunar,
Em nosso cruzar almas…
 
No silêncio do nós,
Salpicos de estrelas,
Salpicos de ti,
De nada,
Fala-me a lua,
Nesta noite escura,
Gestos,
Sentidos por nós…
 
Palavras roucas,
Agora, sem voz são poucas,
No silêncio,
Unem-se os corpos,
Eclipse do nosso amar…
 
 

Haverá Setembro...



Perdido em ti,
Prazeres que o dia me dá,
Canta o melro negro,
Gaivotas no ar,
Silêncios do mar,
Em meus olhos espantos.
 
A paixão é o vicio,
Do sangue quente,
Prazeres da mente,
 
Paixão de ninguém.
 
O amor é o querer,
Partilhar o sangue quente,
É o coração que sente,
 
Amores por alguém.
 
Agosto em desfolha,
Noites de verão.
São estrelas memórias.
 

Compêndio em flor…



Nasci do pólen,
Em botão amadureci,
Brotei em flor,
Botão de rosa e jasmim,
Serei flor no teu jardim?
 
Do pólen os aromas,
Em cores pétalas o jardim,
Aquelas que por lá brotam,
Flores, pedaços de mim.
 
Será por ti meu amor?
Que cresce a flor de mim,
Pétalas em cor,
Compêndio em flor,
Meu coração, teu jardim…
 

De Olhares…



Será ilusão,
Ou o querer da minha paixão,
Para ti sorri,
Do fundo do coração,
Em cruzar de olhares.
 
Continuas a passada,
Já não tão apressada,
Sufoco provocas no meu ser,
Por te querer dizer,
Que és meu,
Em meu adormecer.
 
São olhares de fogo,
Incandescentes, cor de paixão,
Para, olha nos meus olhos,
Sente,
O que por ti sinto,
Se o teu olhar me preenche,
Me derrete o coração,
Em nosso cruzar de olhares.
 
Sem um olhar para traz,
Saberás?
Que de cruzares de olhares,
Vivo e me alimento,
Contigo em pensamento,
Saberás?
De que são feitos os teus olhos?
De amores…
 

Tenho sede...


Longa travessia,
Deserto, que é o estar sem ti,
Sob este calor intenso,
Até ti caminho.
 
Caminho há dias,
O calor da nossa paixão,
Seca-me,
Sim, tenho sede!
 
Sob o calor da nossa paixão,
Caminho,
És água para a minha alma,
Tempestades de areia. 
 
Pelas sombras da nossa paixão,
Caminho com esperança,
Alimento-me de ti,
Nossos momentos vividos.
 
És tu? Uma miragem de ti?
Olhar intenso,
Bebo dos teu olhos,
Mato esta sede em mim….
 

Putos Casal Vicente...



De pé descalço,
De pós o roncar nos faz correr,
Em terra dura,
Na corrida do crescer.
São piões, são cavilhas,
De raquetes sem bolas,
Pista das caricas,
Carros de rolamentos a andar.
Figueiras trepar,
As ameixas “roubar”,
Para de ovos apanhar,
Lírios nas clareiras.
De cantos e recantos,
Ao chafariz, agua buscar.
Ficar perdido no cantinho,
Do nosso brincar.
São fogueiras,
Aviões de papel,
Em cordas lençóis brancos,
São as molas,
Das minhas memórias.
 
As memórias não se esgotam,
É um prazer convosco partilhar,
De infância as memórias...
 
Obrigado a todos.
 
 

Vale de lençóis…



Os ecos voam,
Carregam,
Marés de emoções,
De tenras memórias.
Que gaivotas planam,
Por mares navegáveis,
O reflexo de mim,
Sóis lhes dão asas,
Em vale de lençóis.
Ecos surdos,
Do eu que me preenche,
Serão mares ocos,
Se ao bater na rocha,
Não sentirem,
As emoções,
Que pulsam de mim.
Os ecos não voam, planam,
São surdos, não ocos,
Não me ouves, escuta,
Em ti penso,
Mergulhado em vale de lençóis.
 
O mar escuto,
Em ti penso,
Rocha não és,
Por ti pulsa o sangue em mim,
Em marés,
Chegas até mim,
Que sóis te levam daqui,
Dorme,
Sonha, o meu pensar em ti…
 

São papoilas…



A pensar,
No profundo do teu olhar,
Em chão,
De nuvens pousar,
Que leve brisa me leve,
Pelo saltitar das nuvens.
Prados vermelhos,
Que encantos,
Pétalas do caule a cair,
Que leve brisa as leve,
Em flor ao teu jardim.
De perfume se enche o ar,
Fragâncias de mim para ti,
As pétalas que te envio,
São papoilas,
Rasgos sorrisos o jardim.
 
De papoilas se fazem sorrisos,
Papoilas fazem jardins,
Pétalas vermelhas o sangue,
Brilho no teu olhar.
Pétala em flor, meu jardim…
 

Beijo é saudade...


 
Cintilante é o tempo,
No mergulho que é a gente,
Os pássaros a voar,
Contra uma corrente de ar.
Na cascata dos desejos,
Os teus cabelos soltos,
Escondem os segredos,
A luz do teu olhar,
Que luz me faz sonhar.
 
Contra a corrente,
Corrente que é o tempo,
Já ontem o quis,
Ainda á pouco o desejei,
Os pássaros a voar,
Levam-me ao caminho,
Cascata dos desejos,
O segredos dos teus beijos,
Teus lábios quero sentir,
Teus lábios quero beijar,
Suave beijo,
O teu beijo é saudade…