Teus Olhos...



Fala-me tua alma
Sem o dom das palavras

Fala-me teu corpo
No arfar do coração
 
Fruto da luxuria
Ou volúpias de prazer

Entoam-se os ecos
Reclamam os silêncios

Melodia da brisa
Por entre o hiato de cada eco
 
Falam-me teus olhos
Sinto, sentir que agora sentes…
 

Desculpa...



Se sou doido tolo marado
Se por vezes a loucura não é sã
Penso sem pensar no amanha
 
Se és a minha vida
Ainda assim sem reflexão
Pesa o irracional do coração
 
Sei para onde vou
Talvez por caminhos trocados
Sê minha luz, minha guia
 
Minha tola tarada marada
Desculpa se te amo
Assim me dita o coração…
 
 

Puta (parte II)...


 
Viajo pelo inconsciente
Ou pelo consciente do meu ser
Paro ao lado de um placard
Diz “assistência”
 
Arvore desfolhada
Corpo tronco a nu
Morreu-te o consciente
Se te manténs inconscientemente enraizada
 
Pergunta o inconsciente ao consciente
Será que não pagou portagem?
Portagem p'ra vida, chuva ou alimento
Ali está a nu
Será esperança a luz da sua sombra
 
Diz o inconsciente
Segue viagem sem pagar portagem
Diz o consciente a nu
Bom preço tivesse
Fosse apenas a luz da sua sombra meu sofrimento
Se me alimenta a alma
Me preenche
E em mim permanece
 
Passei a portagem
Diz o inconsciente, desculpa
Responde o consciente, não me causes dor
A nu a árvore ali permanece
Onde estás tu?
Que em mim enraizada me trazes saudade…
 

"Puta"...


 
Fosse só comer chocolate
O saciar da gula
Não fosse ela puta
 
És puta, que não me tentas
Sofrer do silêncio
Sem pronuncio as palavras
 
Audácia que me amordaça
Este som ensurdecedor, que me zomba
E me enlouquece
 
Assim contigo vivo, minha puta
Trago-te em mim
Afagas-me as lagrimas
 
Terás tu um preço, diz-me minha puta
Sem ti, amor
É puta, vício, a saudade…
 

Admiro-te...



Admiro-te sem amanhã
Como se tudo agora parasse
No teu sono profundo
Só não para o teu respirar

Admiro-te como admiro
Esplendor do sol emergente
Germinar orquidia selvagem
Um novo eclodir violeta

Admito-te como admiro
Azul do mar cristalino
Irromper das ondas na fraga
Goticolas agua salgada

Admiro-te porque te amo
No teu mundo perfeito sonhos
A teu lado beijo-te a tez
Admiro o teu despertar...
...

Amor...

 
Teus olhos castanhos
Minha luz madrugada
Esguia em suaves curvas
Caminhos teu corpo
Percurso até teus lábios
Intensos
Doces suaves molhados
 
Desejo em teu olhar
Sacias-me com o teu beijar 
Agora tu meu respirar
Coração bate
Rende-se ao tempo
A teus olhos castanhos
Minha luz 

Se poeta em teu corpo sou
Neste poema até morrer…